Falso médico oferece exames para pacientes da Santa Casa de Mogi Mirim

Um novo golpe está sendo aplicado em Mogi Mirim e atinge, principalmente, pessoas com parentes ou amigos internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Misericórdia. Os golpistas ligam para uma pessoa próxima informando que o paciente precisa de exames urgentes para ser diagnosticado.

Em seguida, oferecem o serviço, geralmente uma tomografia, por preços abaixo do cobrado pela rede privada. Também enviam por whatsapp, com “papel timbrado” da Santa Casa, o valor a ser pago. O falso médico ainda orienta os parentes, perguntando se entenderam todas as instruções e só então repassa a chave de pix e o nome do beneficiário para onde o dinheiro deve ser enviado.

Na quinta-feira (20), uma servidora pública da Secretaria da Saúde foi alvo de uma tentativa de golpe. Por telefone, os golpistas tentaram vender a ela duas tomografias para um parente internado na UTI da Santa Casa. Um “médico” entrou em contato telefônico com ela, oferecendo o exame por R$ 1,5 mil.

Ele argumentava que, pagando pelos exames, ele poderia fechar o diagnóstico bem mais rápido do que pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “Era uma pessoa bastante articulada e, a princípio, não desconfiei que era golpe”, admite. A servidora só percebeu que se tratava de um estelionato quando perguntou para outro médico daquele hospital sobre aquele “colega” que havia entrado em contato com ela, descobrindo que sequer havia um profissional de mesmo nome na Santa Casa.

DETALHES
O que mais chamou a atenção, neste e em outros casos registrados nas últimas semanas, foram os detalhes sobre a doença dos pacientes. “É impressionante. O falso médico sabia o nome do paciente e o porquê dele estar internado na UTI e o atual estado clínico do mesmo”, revelou a quase vítima dos golpistas.

Ao ter certeza de que tudo era uma farsa, a funcionária da Saúde registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de fraude e estelionato e ainda pretende levar o caso ao MP (Ministério Público).

O administrador da Santa Casa, Daniel de Carvalho Frugolli, lamentou o ocorrido, mas admite que não é o primeiro caso. “Estamos colocando avisos em redes sociais sobre esses golpistas. Isso é lamentável”, afirmou. Ele também foi enfático ao afirmar que a Santa Casa não vende qualquer serviço por telefone e o SUS não cobra por exames e procedimentos em toda a rede pública do país.

Em comunicado oficial, a instituição destaca que não realiza quaisquer tipos de ligações telefônicas, nem envia mensagens de texto ou solicitações por aplicativos pedindo depósitos em dinheiro, Pix ou qualquer outro tipo de pagamento. A Santa Casa enfatiza que todos os procedimentos realizados em suas instalações, quando custeados pelo SUS, não geram custos aos pacientes internados, sendo inteiramente subsidiados pelo sistema público de saúde.

Já a servidora da Saúde acha que além dos avisos em redes sociais, a Santa Casa deveria colocar cartazes na portaria do hospital e em salas de espera, inclusive no PSC (Pronto-Socorro Central) alertando sobre esse golpe. As autoridades policiais e de Saúde de Mogi Mirim também pedem às pessoas que forem assediadas por esses golpistas, que denunciem pelos telefones 190 (Polícia Militar), 153 (Guarda Civil Municipal) ou que procurem, pessoalmente, à CPJ.