MMEC descumpre ordem judicial sobre alojar menores, diz promotor

JORNAL O IMPACTO

Ao menos oito adolescentes, de aproximadamente 14 anos de idade, foram flagrados no alojamento do Mogi Mirim Esporte Clube pelo Conselho Tutelar e pela Guarda Civil Municipal, no último dia 28. Para o promotor André Luiz Brandão, o fato caracteriza descumprimento de ordem judicial.

Em conversa com a reportagem de O IMPACTO, o representante do Ministério Público lembra que o Mogi Mirim responde na Justiça sobre essa questão e que uma decisão proferida em caráter liminar já proibiu o clube de alojar menores de idade nas dependências do Estádio Vail Chaves. “Está irregular”, resumiu.

Brandão explicou que o processo está sob segredo de Justiça e que, por isso, não pode informar detalhes. Comentou apenas que providências estão sendo tomadas e que o caso agora compete também ao promotor Gaspar Pereira da Silva Júnior, titular da área de infância e juventude.

DENÚNCIA
Segundo o Portal da Cidade Mogi Mirim, os adolescentes estavam em condições precárias no Vail Chaves, sem iluminação, com privadas entupidas, chuveiros quebrados, sem roupas de camas e uma série de outras irregularidades. O Conselho Tutelar esteve no local após receber denúncia do vereador Tiago Costa.

Ainda segundo a reportagem, um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil por conselheiros tutelares devido às ameaças feitas por um dirigente do Mogi Mirim, por telefone.

Os menores estão participando de avaliações promovidas pelo Mogi. Eles são de outras cidades e alguns de outros estados. “Estão brincando com o sonho de crianças, de famílias”, comentou Tiago Costa, para O IMPACTO. O vereador afirmou ter notificado também FPF e CBF sobre o caso.

Durante a semana, o vereador publicou vídeos nas redes sociais criticando o presidente do Mogi Mirim, Luiz Oliveira. “O senhor está mais sujo que pau de galinheiro”, disparou. “Fora, vagabundo, da nossa cidade. Não tem vez para você em Mogi Mirim, chega”.

NO MP
Em maio, Luiz foi denunciado ao Ministério Público por exploração infantil, em representação formulada pelo vereador João Victor Gasparini. Na denúncia, é mencionada a situação precária a qual menores foram submetidos durante as peneiras. Gasparini colocou, à época, que os testes configuraram “verdadeiros golpes” e ludibriaram jovens e famílias.

REBATE
O presidente do Mogi Mirim, Luiz Oliveira, negou que o clube esteja descumprindo ordem judicial. Também por uma questão de sigilo processual, o dirigente não quis entrar em detalhes, mas declarou que a denúncia envolvendo adolescentes é “mentirosa” e que “não há fundamentos”.

Luiz afirmou que todos os laudos e licenças do Estádio Vail Chaves estão em dia, inclusive a sanitária, e que o Mogi Mirim está recorrendo das sentenças judiciais que entende serem equivocadas. “Apresentamos tudo à Justiça e estamos aguardando a reconsideração do pedido de revogação da liminar”, adiantou.

“Na verdade, isso é mais uma das inúmeras tentativas da quadrilha que há sete anos tenta ascender aos cargos diretivos do clube”, afirmou para O IMPACTO, sem mencionar nomes. Luiz também respondeu diretamente à denúncia do vereador Tiago Costa. “Todos sabem a qual grupo político o mesmo pertence e que, após perder na esfera judicial a tentativa de se associar ao clube, passou a exercer perseguição política e moral contra minha pessoa”, disse o presidente do Mogi. “Juntamente com a conselheira tutelar amiga dele, será civil e criminalmente responsabilizado por seus atos e por falsa comunicação de crimes”, encerrou.

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